domingo, 2 de setembro de 2012

Bloqueio no vôlei baiano...

Voleibol profissional na Bahia vive à beira do desaparecimento sem incentivos públicos e privados


(Adalton dos Anjos/Jornal da Metropole)  31 de agosto de 2012
Parabéns ao Jornal pela Grande Matéria sobre a situação do Voleibol Baiano.


Estamos na 2ª divisão do país”. O presidente da Federação Baiana de Voleibol, Hércules Pimenta, foi otimista ao definir a situação do esporte no estado. A Bahia, que nunca teve um time no antigo Campeonato Brasileiro de Vôlei, extinto em 1994, ou a atual Superliga, também não marca presença na Série B da Superliga nem na Liga Nacional, a Terceira Divisão do voleibol brasileiro. Com campeonatos cada vez mais fracos e sem investimentos na base, os times locais desaparecem.“O estado está muito carente. Há poucas escolinhas e poucas revelações. Todo ano, temos campeonatos baianos, mas com poucas equipes: três no masculino e duas no feminino este ano”, conta Hércules. Para o coordenador de voleibol do Vitória, Márcio Xavier, falta incentivo. “Os clubes sociais em Salvador acabaram e não há renovação. Sem contar que o governo deixou o estado muito tempo sem estádio”, diz.

O pouco apoio do setor privado e do governo não é um problema exclusivo dos times baianos. Para Márcio, outros clubes no Nordeste passam pela situação.Ceará e Pernambuco, porém, estão à frente da Bahia. Os dois estados são os únicos da região que têm equipes na Série B da Superliga: o Sport e o UFC/Ceará.

Os poucos times penam para competir no Campeonato Baiano. “Não temos um local de competição e, sem isso, fica difícil conseguir investimento”, afirma Hércules. Os times disputam os jogos nos ginásios da FSBA, da Associação dos Servidores do Banco Central (Asbac), do SESC-Aquidabã e do Clube da Braskem. Xavier, do Vitória, reclama dos obstáculos para a prática do esporte. “Estamos passando por dificuldades. Estamos mantendo a equipe, mas o Vitória está pensando seriamente se vai continuar ou não por causa da estrutura. Não há patrocínio”, diz. “Não vemos mobilização do governo através da secretaria dos Esportes. Não há planejamento para o esporte olímpico”, completa

Apoio e estrutura
Sem espaços para receber uma partida da Seleção, sem clubes que disputam o torneio nacional e sem
a realização dos torneios estudantis que incentivavam milhares de alunos para a prática de esportes olímpicos, a Bahia acaba desperdiçando talentos. “Na época dos jogos, os colégios investiam muito no esporte. Os ginásios ficavam lotados”, afirma o presidente da federação. Para Márcio, do Vitória, há talentos, mas são poucas as equipes para acolher os atletas. Hércules admite que já foi contatado para que Salvador recebesse uma partida da Seleção de vôlei, mas teve de negar o pedido. “Um jogo da Seleção aqui é inviável porque não temos espaço. Vamos colocar para jogar onde? Em um colégio com 500 lugares? Não tem cabimento”, explica o dirigente. Assim como no futebol, os baianos vão ter de assistirem às partidas da Seleção pela TV.

Para fora
A federação admite que incentiva a ida das promessas baianas para estados onde o vôlei tem mais visibilidade. “Quando um jogador se destaca, a gente vê um centro maior para encaminhá-lo”, diz Hércules. 
Um exemplo é Gregory, de 18 anos,que chegou a ser convocado para a Seleção infantil e está no Medley, em Campinas (SP). Após a participação do Vitória na Liga Nacional, outros três jogadores foram chamados por clubes de fora do estado.

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