quarta-feira, 17 de dezembro de 2003

Peneira do Banespa atrai sonho dos garotos


Estadão.com.br | Quarta-feira, 17 de Dezembro de 2003, 18:36 | Online

Viajar 16 horas em um ônibus é sacrificante para qualquer pessoa. Para um garoto de 16 anos e 2,07m, parece ainda pior. Mas Gustavo Bonatto saiu de Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, determinado a ficar com uma das 12 vagas na peneira de vôlei do Banespa, que termina nesta sexta-feira e nos dois primeiros dias teve a participação de mais de 500 pessoas.

O atleta, que joga como meio-de-rede, veio a São Paulo com outros dois amigos, também de 16 anos: Rudinei Boff (1,96 m) e Clinty Riad da Rosa (1,97 m), que são ponteiros. Os "três mosqueteiros de Caxias" passaram pela primeira etapa e nesta sexta-feira saberão se continuam no Banespa.

"Sempre fui o mais alto do colégio. Quando era menor, até jogava futebol, era goleiro. Um dia, eu estava jogando no colégio e me chamaram para fazer um teste para o time da Universidade Caxias do Sul (UCS). Já faz três anos", contou Gustavo, que usa tênis 48.

Toda a famí­lia dele é alta. "Meu pai tem 1,96 m e minha mãe e minha irmã têm 1,80 m. Meus tios também são bem altos, mas eu nunca pensei em ser um jogador de vôlei antes de começar a treinar. Hoje, gosto do Rodrigão e do Gustavo", revelou Gustavo.

Clinty nem ligava para o vôlei quando criança. "Sempre joguei futebol, adorava uma pelada. Quando tinha 14 anos e 1,89 m, um amigo do meu pai disse que eu precisava estar na UCS num determinado dia para escolher se ia treinar vôlei ou basquete. Fui e acabei escolhendo o vôlei mesmo", afirmou o jogador. "Inicialmente, meu pai preferia que eu jogasse futebol, mas hoje sabe o que eu quero."

Rudinei, que se destacou na peneira pelos ataques potentes, citou um amigo como exemplo: "O ɉder, que é de Caxias, hoje joga no time adulto do Banespa. Além de ótimo jogador, é uma boa pessoa. Ele é um cara em quem me espelho bastante."

Outro que chamou a atenção de Mauro Grasso, técnico do time adulto do Banespa/Mastercard e olheiro da peneira, foi Willian Reffatti da Costa, de 16 anos e 1,93 m. Jogador de ponta, ele veio de Santa Catarina. "Foram 16 horas de viagem, mas valeu a pena porque gostei muito dessa peneira. Sou do Rio Grande do Sul e jogo em Santa Catarina pelo time do Rio do Sul."

Willian está confiante no resultado desta sexta-feira: "Este ano está sendo muito bom, fui convocado pela primeira vez para a seleção brasileira infanto-juvenil e me apresento ao técnico Percy Oncken no dia 25 de janeiro, lá no Rio", comemorou o garoto, que lembra fisicamente de Anderson Varejão, pivô da seleção de basquete.